De estudante para estudante

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Gostar ou idolatrar?

A separação tênue que leva os adolescentes a perderem o limite


Atualmente os adolescentes são influenciados a idolatrar ícones da cultura pop devido aos bombardeios da indústria cultural através dos meios de comunicação de massa. A alienação os conduz a consumir, sem reflexão, o que são oferecidos a eles e isso é um processo que ocorre em escala global.

A psicóloga cognitivo-comportamental, Darla Shayanne de Souza Freire Lopes, explica que ter ídolos é natural e faz parte da adolescência isso porque de acordo com ela, a construção da identidade deles é feita neste momento. “Eles necessitam ter figuras externas à família com as quais se identifiquem. Têm necessidade de pertencer a um grupo de ‘iguais’, de possuir uma identidade social”, diz.

Apesar do comportamento deles ser considerado normal e não prejudicial, a psicóloga aponta que os limites desta adoração são imprescindíveis para o desenvolvimento do relacionamento social, principalmente quando o fanatismo aparece em adolescentes com baixa autoestima e sem autoconfiança. “O radicalismo, intolerância e isolamento são alguns sintomas que podem ser indicadores de que essa idolatria está sendo prejudicial”, aponta a psicóloga.

João Eduardo, 17 anos, gosta da banda americana, Red Hot Chili Peppers. “Eu idolatro, gosto, mas não cometeria loucuras como vejo fãs fazendo” diz João. Ele acredita ser um idolatra, não o prejudica, pois gosta apenas da música. “A idolatria é ruim porque o indivíduo perde boa parte da sua vida só por isso” explica.

“Eu não tenho ídolo, o que tiver na mídia eu escuto” diz Isabele Pereira, 12 anos. “As meninas agora gostam do Justin Bieber, tem foto dele no orkut, ta lá: ‘Te amo’, eu não tenho. Não gosto” comenta Isabele, ela não se considera fanática. “Cada um tem sua opinião [pelos gostos musicais], a minha é essa” argumenta a adolescente.

Ao contrário de Isabele, Bianca Beraldo Santana (foto ao lado), 12, gosta do Justin Bieber. Ela se considera uma  idolatra, explica que procura estar por dentro das notícias sobre o ídolo pop, ouvi suas músicas e vê seus vídeos. Ela gosta dele porque “ele canta bem, (...) a letra da música é legal” afirma.

Darla Lopes diz que o comportamento de idolatrar deve ser observado pelos pais e acompanhado por uma psicóloga. Ela alerta que “o fanatismo pode servir como forma de manifestação de uma psicopatologia” nesse caso “o melhor jeito é conversar, saber o que leva a gostar tanto do ídolo” orienta Darla. “Os pais devem favorecer o desenvolvimento da autoestima e autoconfiança de seu filho”, assim, o diálogo e a demonstração de carinho são pontos relevantes que devem ser levados em consideração.


Na integra

Confira a entrevista feita com os adoslescentes que participaram desta matéria no canal do nosso blog no site do youtube (http://www.youtube.com/user/jornalmga?feature=fupldc).
Por Daiany Santana

Um comentário:

  1. interessante... acho q todos temos idolos, ou ao menos referenciais para nossas condutas, sejam eles o que forem... porém, acho que pautarmos nossos referenciais em cantores de temporada, como o Justin Bieber or exemplo, que hoje sao famosos mas que amanhão perderão a fama (pois do mesmo jeito que surgiu do acaso para lá voltará) ou por surgirem outros mais habilidosos ou porque nos cansaremos deles... pior ainda, é quando no futuro se envolvem em drogas ou coisas do genero e ae somos obrigados a mudar de referenciais... nao sou contrario à escolha de idolos, ou melhor, de referenciais, só acho que temos que escolher nós mesmos quem queremos que seja nosso exemplo de vida e nao o que a mídia, nem sempre amiga, nos oferece goela abaixo...

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