De estudante para estudante

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

A vida do estudante que mora longe dos pais

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     Todos os anos sair de casa é um sonho para alguns estudantes e pesadelo para outros. Ter que deixar para trás a comodidade da casa dos pais, para encarar uma vida nova, cheia de dificuldades e responsabilidades não é fácil. A maioria desses estudantes são universitários que deixam seus lares e se mudam para cidades como Maringá, afim de ingressarem no curso universitário dos seus sonhos.
     Segundo dados do IBGE, os jovens na faixa etária dos 20 aos 29 anos mudam mais de cidade ou Estado do que pessoas em qualquer outra idade. Por ano são cerca de 4,1 milhões de jovens que migram por causa dos estudos. Contando com nove instituições de curso superior, sendo uma delas estadual, Maringá se tornou um polo atrativo para estudantes não apenas de cidades próximas, mas também de outros Estados como São Paulo e Mato Grosso do Sul.
     A cidade tem uma população universitária estimada em 40 mil pessoas. Grande parte dessa população de universitários vindos de outras cidades mora, no bairro Zona 7, que fica nos arredores da Universidade Estadual de Maringá, cujo possui a maior quantidade de estudantes vindo de outras cidades. A estudante de Arquitetura e Urbanismo Mairara Sommer, 24, saiu da casa dos pais há oito anos e divide apartamento com duas garotas que passou a conhecer somente depois de morarem juntas. “Além da saudade de minha família, a maior dificuldade que encontrei foi saber conviver bem com pessoas que não conhecia e aceitar as diferenças entre nós”.
    Já a estudante de Psicologia, Gizelly Sakazaki, 26, mora sozinha e afirma que além da adaptação a nova cidade, a alimentação e as amizades, a solidão foi sua grande dificuldade : “Quando chego em casa à noite e não tem ninguém pra conversar”, diz.

Cuidar de si
    Longe de casa, a liberdade é um sentimento que surge com força entre os jovens, “Sempre tive muitas regras a seguir, então agora que moro sem meus pais tenho a liberdade e ir e vir em qualquer horário”, diz Leandro R. Biasse, 20, que cursa o segundo ano de Economia. Os pais de Leandro moram em Birigui, no Estado de São Paulo, desde o começo do ano ele divide o apartamento com duas amigas vindas também do mesmo Estado: “Elas esperam um parceiro de confidências e o máximo que posso ser é o cara com quem elas dividem as despesas”.
     O estudante André Monge, 23, aponta a liberdade como sendo a maior vantagem da convivência sem os pais, “Posso sair à hora que quiser, com quem quiser e voltar a hora que quiser e se quiser”, brinca o universitário que esta no último ano de Engenharia de Alimentos e sempre preferiu morar sozinho.
    Morando sozinhos ou dividindo casas ou apartamentos com amigos ou apenas conhecidos, formando as chamadas ‘republicas’, que funcionam na base da democracia onde todos têm direitos e deveres iguais (por isso o nome), os jovens acabam aprendendo lições importantes para a vida como, conviver com as diferenças, tarefas domesticas e adquirir responsabilidades, lidando com as vantagens e desvantagens de que morar fora de casa.


Foto: Daiany Santana
 Por: Fábio Carlucci

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