De estudante para estudante

sábado, 4 de dezembro de 2010

Gostosuras, Votos ou Travessuras?

O dia em que as bruxas estavam soltas na corrida presidencial


                  A tradição dos Dias das Bruxas já muito conhecida nos Estados Unidos foi trazida para o Brasil através da grande influência da cultura americana e pelos cursos de língua inglesa. Ela sugere que as pessoas se fantasiem de monstros e sairam nas ruas para pedir doces.
                 O evento ocorre no dia 31 de outubro e por coincidência (ou não), foi a data em que ocorreram as eleições do segundo turno para a Presidência da Republica Brasileira.
                 E não é que as bruxas realmente estavam soltas por aqui? Enquanto as crianças estavam preocupadas com as fantasias que deveriam utilizar, seus pais estavam preocupados em quem votar.
                 As pesquisas já não eram tão confiáveis, isso foi provado no primeiro turno onde indicava que a candidata do PT, Dilma Rousseff ganharia sem precisar disputar o segundo turno com o candidato José Serra do PSDB. Contudo a realidade foi outra, houve sim a necessidade de uma nova disputa entre os candidatos já citados, mas a grande surpresa foi a candidata Marina Silva, do PV que, com humildade, conseguiu quase 20% de votos validos deixando a concorrência de boca aberta.
                 À partir disso, tanto o candidato Serra quanto a candidata indicada de Lula começaram a se apresentar dignos do apoio e dos votos tão desejados da candidata verde. Porém, Marina decidiu manter sua neutralidade e não declarou apoio a nenhum dos dois candidatos à Presidência.
                 A corrida pelos 19,6 milhões de votos havia começado. Em meio de tantas propagandas hostis e pesquisas duvidosas os candidatos do segundo turno se mostravam confiantes enquanto os eleitores se mostravam receosos. O país ficou dividido entre pessoas que tinham certeza e aqueles que esperaram até o ultimo minuto para sua decisão.
                Assim, no Dia das Bruxas ‘Brasiliano’ os candidatos estavam se comportando de forma semelhante aos vampiros e com uma frase peculiar na ponta da língua: ‘Votos ou Travessuras?’


Postado por : Fernanda Pedrone

PUBLICIDADE DE MASSA PARA CRIANÇAS


A utilização de pesadas propagandas para o consumo infantil de brinquedos nesse Natal.




      Estamos no final do ano, e tudo o que pensamos é nas tão desejadas férias de dezembro.

      É tempo para se fazer viagens, para descansar e para as tumultuadas compras de Natal, data na qual, muitos comemoram com festas e presentes trocados.

      É à partir da idéia de venda e compra de presentes que as empresas de brinquedos infantis tiram aproveito dessa ocasião para colocar na televisão mais propagandas destinadas à crianças, fazendo com elas entrem cada vez mais no consumismo.
       O requisito ‘publicidade’ passa então, a ser uma prioridade para uma boa venda, com a missão de ludibriar as crianças. As propagandas vem em versões fáceis de entendimento com recursos técnicos para que os brinquedos pareçam ter vida e, em um intervalo de tempo mínimo. A repetição de um determinado produto infantil na mídia passa à ser, muitas vezes, cansativo.
       No período da manhã, onde se encontra a maioria dos programas infantis, o comercial entre um bloco e outro, é em sua maioria, destinada para crianças de 0 à 10 anos, tanto para o sexo feminino quanto para o masculino. Nelas são mostrados brinquedos dos quais, realmente, parecem ganhar vida própria graças aos efeitos usados pelos computadores. Propagandas como a da boneca Barbie, Ben10, Max Steel, Hot Wheels e outras bonecas.
       Numa conversa com a pequena Mariana Cordeiro de apenas, quatro anos de idade, é fácil perceber a grande influência exercida das propagandas sobre ela.
        Mariana conta que esse ano, ela quer ganhar de Natal uma boneca, mas não qualquer boneca. Ela explica: “É uma boneca especial, porque ela vem de um filme. Ela tem um colar que pisca e um vestido que muda de cor. É linda! Ainda por cima tem um Castelo de Diamante. A menina que brinca com ela no comercial está feliz, e quando eu tiver ela, também ficarei feliz. Não é, mãe?”
        A boneca citada por  Mariana é a famosa Barbie. Sua propaganda mostra duas meninas brincando alegremente com ela e descrevendo tudo o que a boneca pode fazer, incluindo um pingente no colar que pisca e um vestido que consegue se desdobrar e mudar de cor. Ao fundo à uma canção doce. Ao final da propaganda aparece a Barbie e sua amiga andando sozinhas em um tipo de carruagem.
         A mãe de Mariana, Carla Cordeiro, diz que sua filha já não saia da frente da televisão por causa dos desenhos, e que agora, não sai nem mesmo nas propagandas, por causa das dezenas de brinquedos que estão em lançamento, deixando-a fascinada.
        “Cada dia ela pede algo diferente. Ontem foi um cachorro que falava, hoje é essa boneca, amanhã deve ser algo como um robô que me substitua como mãe.” Brinca Carla.
         A psicóloga Marta Vasconcellos explica que para as crianças tudo o que acontece nas propagandas é muito real. Então se um brinquedo consegue dançar, lutar, falar, pular sozinho na TV, para elas, esses mesmos brinquedos irão conseguir fazer essas coisas em casa.
         “Não é fácil para uma criança como a Isabela, por exemplo, que tem somente quatro anos de idade, diferenciar recursos técnicos projetados por computadores de uma realidade, onde na verdade o brinquedo é apenas um plástico duro que apenas irá fazer aquilo que você fazer com ele.” Explica Marta.
          Não são apenas os pais de Mariana que passam por isso. Na casa da costureira Fabiana de Oliveira a mesma situação acontece.
         Felipe tem 6 anos de idade, e à cada hora ele pede algo diferente para a mãe. “Tudo o que ele vê na Televisão, ele me pede. Sabe que eu não vou comprar, mas mesmo assim pede. É tal de ‘mãe me dá isso, mãe me dá aquilo’ que eu já nem agüento mais.” desabafa Fernanda.
         Para ela ter de dizer não ao filho traz tristeza, mas ela sabe que muitas vezes Felipe só pede mesmo por pedir, e que não tem um interesse de verdade naquilo.
          “Eu sei que é assim, porque uma vez comprei pra ele um boneco que aparecia na televisão lutando e escalando em pedras. Ele chorava pelo brinquedo, cansada de ouvir as lamentações dele, fui na loja e comprei. Passou dois dias. No terceiro dia o brinquedo já estava de lado quebrado enquanto ele estava brincando com um graveto de arvore. Perguntei pra ele o que havia acontecido e ele me disse que foi fazer como o menino da propaganda e acabou quebrando o brinquedo e que não o queria mais, pois ele era muito duro e sem graça. Fiquei muito brava aquele dia, mas aprendi a lição.”
          Ao chegar da escola, Felipe faz o seguinte trajeto: Diz “oi”, joga a bolsa e os sapatos no quarto, liga a televisão e diz à mãe que está com fome. A mãe o manda para o banho e Felipe responde: “Mãe, vai começar meu programa agora. Vou comer, assistir meu programa e depois eu vou pro banho.”
          Enquanto estava no intervalo, passou uma propaganda da qual chamou a atenção de Felipe. Tratava-se de um brinquedo do personagem ‘Ben10’. Um relógio que fazia formatos de monstros com uma luz verde. Foi então que Felipe começou: “Mãe, me dá esse? Prometo que não vou estragar! Imagina eu chegando e mostrando isso para os meus amigos? Compra mãe?”
          Foi perguntado para Felipe o que aquele brinquedo tinha de especial, e ele disse que, o brinquedo parecia mágico com aquelas luzes em formato de monstros.
          Não havia passado um minuto direito e a propaganda que deixara Felipe tão encantado voltou à aparecer. Nesse momento toda sua euforia e os pedidos de ‘Compra mãe’ retornaram.
          A psicóloga Marta explica que esse tipo de reação é a esperada quando se é colocada na mídia várias vezes a mesma propaganda com tão pouco intervalo de tempo. “Isso deixa, tanto a criança, quanto a mãe, em estado de loucura. A criança porque, fica ainda mais encantada com o brinquedo o querendo e o pedindo de toda maneira. E a mãe porque já não agüenta mais ter que ouvir os pedidos absurdos do filho e ter que responder não.”
          É nesse clima de ‘compra mãe’ que seguimos até o Natal. Provavelmente a criança irá ganhar outro brinquedo e esquecer aquele por qual tanto chorava ou terá a ‘sorte’ de ter aquilo que pediu por tantos e tantos dias.
          O importante é não perder o clima natalino, saber o do porque comemoramos essa data e o que importa de fato. Até mesmo porque, depois do Natal, os pedidos de ‘compra mãe’ recomeçam no ano novo e se estendem no Carnaval, na Páscoa, no aniversário e em tantas outras datas singelas que acabam ganhando uma ‘pitadinha’ da mídia para o chamado consumismo.



Postado por: Fernanda Pedrone

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O descobrimento dos Escritores maringaenses


Poucos sabem, mas eles existem, Maringá possui bons escritores que se dedicam a essa carreira, e apesar de ser difícil eles se empenham cada vez mais.

Por: Maira Marques


     Hoje em dia encontramos vários livros de sucesso, como a Saga Crepúsculo, Harry Potter, O Caçador de Pipas, etc. que posteriormente tornaram-se em filmes, que estão espalhados pelo mundo. Mas, o que poucos sabem é que há escritores na cidade onde moram, só que esses não são tão reconhecidos quanto os outros.
     Na cidade de Maringá não é diferente. André Simões, 25, trabalha como repórter de O Diário Maringá, e é formado em jornalismo pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) desde o ano de 2006. Em 2009 concluiu o curso de Mestrado em Estudos Literários também pela UEL e neste ano lançou o livro "A arte de tomar um café" .
     "Moro em Maringá há poucos meses, não sei se posso ser considerado um escritor maringaense" brinca André, e continua "
Desde novo, eu decidi que faria vestibular pra jornalismo, principalmente por causa da leitura de crônistas e articulistas de que gosto muito, a maior parte deles da Folha de S. Paulo: Carlos Heitor Cony, Clóvis Rossi, Marcelo Coelho, etc. Eu gostava muito de literatura também, mas o curso de Letras tem aquela imagem quadradona, achei que jornalismo seria mais charmoso".
     Em seu trabalho de Conclusão de Curso (TCC) fez um trabalho sobre crônicas - um gênero misto de literatura e jornalismo, e depois encaminhou seu mestrado também.
     O livro "A arte de tomar um café" foi lançado com o patrocínio da Prefeitura de Londrina, a obra é uma coletânea de textos que ele escreveu em seu blog entre os anos de 2006 a 2009. "Alguns de meus professores me incentivaram bastante - Osmani Costa, Karen Debértolis - além do jornalista Paulo Briguet e de amigos que sempre me apoiaram" diz André. Ele também fala que lançar o livro em Maringá foi fácil, que bastou contar com o apoio da livraria do Maringá Park e do Diário, "O difícil foi editar o livro, arranjar grana e editora interessada ".

     E André completa que "em Maringá não tem uma tradição de produção literária forte, mas há um novo movimento bacana aqui, gente que está reunida e producente, acho isso importante. Aquela iniciativa dos "Contos Maringaenses" foi bem legal, cria um fato coletivo, mais fácil de divulgar na imprensa e de atrair interessados em consumir literatura. Reconhecer escritores é algo raro em qualquer lugar do Brasil, quanto menor a cidade mais difícil. Simples assim!"
     Thiago Henrique Ramari, 24, assim como André simões é repórter, e já trabalhou no O Diário, nos cadernos Cidades e D+, e em abril deste ano começou a trabalhar no Grupo Rede Paranaense de Comunicação (GRPCOM) como repórter da Gazeta Maringá, que antigamente era Jornal de Maringá (JM) e da Gazeta do Povo.
     "Não tive incentivo quando comecei a escrever. No começo foi tudo muito difícil. Minha família queria que eu fizesse o curso de Engenharia Química. No entanto, teimoso que sou, insisti no Jornalismo, que era o meu sonho. Com o tempo, meus pais se acostumaram com a ideia, pois perceberam que o campo de trabalho não é tão inacessível como pareceu em um primeiro momento. A mudança foi tamanha que, em 2006, no meu penúltimo ano da graduação, eles me deram todo o apoio durante a produção do meu TCC, que foi um livro-reportagem sobre o Caso Barão, de Maringá. No curso, ao contrário, os professores me deram suporte completo desde o início", explica Thiago.
     Thiago Ramari concluiu seu livro-reportagem no final de 2007, o título é "O Arquiteto - Revelações sobre os assassinatos dos irmãos Barão". Thiago completa "Embora nunca tenha sido lançado, o trabalho me garantiu um prêmio estadual importante: o 2º lugar da categoria Melhor Livro-reportagem na 13ª edição do Prêmio Sangue Novo, em Curitiba. O livro conta como os irmãos José Barão Netto e Odete Barão Duarte foram mortos a mando do marido desta última, Ayrton Xenofonte Duarte. A história chocou a sociedade maringaense nos anos 1980. Ainda pretendo lançá-lo", diz Thiago.
     Thiago Ramari "Não acho que a população maringaense dê valor aos escritores da cidade, mas gosta, e muito, das histórias da cidade. Senti isso com o meu TCC. Ainda hoje, após três anos que passei pela banca de defesa da graduação, pessoas me reconhecem e perguntam quando vou lançar o livro. No fim de 2007 era algo que acontecia muito frequentemente, porque fui entrevistado em emissoras de televisão e rádio, além de jornais impressos". E ele explica "o motivo de tanto alvoroço não era eu, o recém-formado Thiago Ramari, mas, sim, o Caso Barão, que vive no inconsciente popular. Todo mundo relembrou a história com o meu trabalho. Foi algo bonito de se ver".
     Thiago Ramari fala que futuramente quer investir na área dos livros-reportagens, "Inclusive, tenho algumas ideias, alguns casos que gostaria de investigar, para transformar em livros". Thiago termina explicando que esses projetos demandam tempo e muitadedicação, e que devem ser pensados a longo prazo. " Em relação à temática, o meu maior interesse é a esfera policial – na qual o Caso Barão se encaixa. E, para tanto, tomo como maior referencial a obra "A Sangue Frio", do norte-americano Truman Capote".
     Roberth Frabris, 25, Membro da Cadeira Alvares de Azevedo Maringá (ALM), é autor dos livros "Xeque Mate", e "Noites". Os escritores maringaenses são ótimos, pois valorizam a Cidade Canção. Roberth explica "existem muitos amigos que valorizam as letras, mas infelizmente Maringá ainda não reconhece o verdadeiro valor dos seus e não percebe que existe uma coletânea de ouro espalhado por toda a cidade, e cada poeta, contista ou cronista está ali perto para o povo sentir e descobrir os olhos vibrantes e inteligentes de quem respira arte e transforma o seu tempo e espaço".
     Poucos sabem, mas o escritor do livro 1808, Laurentino Gomes nasceu em Maringá em 1956. Ele é um jornalista e escritor brasileiro. Formou-se em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná, possui pós-graduação em Administração de Empresas pela Universidade de São Paulo e fez cursos no exterior. Ele também já trabalhou em vários órgãos de comunicação no Brasil.
     O livro narra a chegada da corte portuguesa ao Brasil. No ano de 2008, a obra recebeu o prêmio de melhor livro de ensaio da Academia Brasileira de Letras e o Prêmio Jabuti de Literatura na categoria de livro-reportagem e de livro não-ficção.
     E neste ano ele lançou em Santos, sua nova obra, 1822.
     Para quem gosta de ler, e se interessou pelas obras dos escritores maringaenses, e não tiverem condições financeiras de comprar, esses podem ser encontrados em Biblíotecas Municipais, onde para fazer o empréstimo é preciso apenas fazer uma carterinha e assim usufruir uma boa leitura por um período de sete a dez dias, depois é só devolver.