De estudante para estudante

sábado, 4 de dezembro de 2010

Gostosuras, Votos ou Travessuras?

O dia em que as bruxas estavam soltas na corrida presidencial


                  A tradição dos Dias das Bruxas já muito conhecida nos Estados Unidos foi trazida para o Brasil através da grande influência da cultura americana e pelos cursos de língua inglesa. Ela sugere que as pessoas se fantasiem de monstros e sairam nas ruas para pedir doces.
                 O evento ocorre no dia 31 de outubro e por coincidência (ou não), foi a data em que ocorreram as eleições do segundo turno para a Presidência da Republica Brasileira.
                 E não é que as bruxas realmente estavam soltas por aqui? Enquanto as crianças estavam preocupadas com as fantasias que deveriam utilizar, seus pais estavam preocupados em quem votar.
                 As pesquisas já não eram tão confiáveis, isso foi provado no primeiro turno onde indicava que a candidata do PT, Dilma Rousseff ganharia sem precisar disputar o segundo turno com o candidato José Serra do PSDB. Contudo a realidade foi outra, houve sim a necessidade de uma nova disputa entre os candidatos já citados, mas a grande surpresa foi a candidata Marina Silva, do PV que, com humildade, conseguiu quase 20% de votos validos deixando a concorrência de boca aberta.
                 À partir disso, tanto o candidato Serra quanto a candidata indicada de Lula começaram a se apresentar dignos do apoio e dos votos tão desejados da candidata verde. Porém, Marina decidiu manter sua neutralidade e não declarou apoio a nenhum dos dois candidatos à Presidência.
                 A corrida pelos 19,6 milhões de votos havia começado. Em meio de tantas propagandas hostis e pesquisas duvidosas os candidatos do segundo turno se mostravam confiantes enquanto os eleitores se mostravam receosos. O país ficou dividido entre pessoas que tinham certeza e aqueles que esperaram até o ultimo minuto para sua decisão.
                Assim, no Dia das Bruxas ‘Brasiliano’ os candidatos estavam se comportando de forma semelhante aos vampiros e com uma frase peculiar na ponta da língua: ‘Votos ou Travessuras?’


Postado por : Fernanda Pedrone

PUBLICIDADE DE MASSA PARA CRIANÇAS


A utilização de pesadas propagandas para o consumo infantil de brinquedos nesse Natal.




      Estamos no final do ano, e tudo o que pensamos é nas tão desejadas férias de dezembro.

      É tempo para se fazer viagens, para descansar e para as tumultuadas compras de Natal, data na qual, muitos comemoram com festas e presentes trocados.

      É à partir da idéia de venda e compra de presentes que as empresas de brinquedos infantis tiram aproveito dessa ocasião para colocar na televisão mais propagandas destinadas à crianças, fazendo com elas entrem cada vez mais no consumismo.
       O requisito ‘publicidade’ passa então, a ser uma prioridade para uma boa venda, com a missão de ludibriar as crianças. As propagandas vem em versões fáceis de entendimento com recursos técnicos para que os brinquedos pareçam ter vida e, em um intervalo de tempo mínimo. A repetição de um determinado produto infantil na mídia passa à ser, muitas vezes, cansativo.
       No período da manhã, onde se encontra a maioria dos programas infantis, o comercial entre um bloco e outro, é em sua maioria, destinada para crianças de 0 à 10 anos, tanto para o sexo feminino quanto para o masculino. Nelas são mostrados brinquedos dos quais, realmente, parecem ganhar vida própria graças aos efeitos usados pelos computadores. Propagandas como a da boneca Barbie, Ben10, Max Steel, Hot Wheels e outras bonecas.
       Numa conversa com a pequena Mariana Cordeiro de apenas, quatro anos de idade, é fácil perceber a grande influência exercida das propagandas sobre ela.
        Mariana conta que esse ano, ela quer ganhar de Natal uma boneca, mas não qualquer boneca. Ela explica: “É uma boneca especial, porque ela vem de um filme. Ela tem um colar que pisca e um vestido que muda de cor. É linda! Ainda por cima tem um Castelo de Diamante. A menina que brinca com ela no comercial está feliz, e quando eu tiver ela, também ficarei feliz. Não é, mãe?”
        A boneca citada por  Mariana é a famosa Barbie. Sua propaganda mostra duas meninas brincando alegremente com ela e descrevendo tudo o que a boneca pode fazer, incluindo um pingente no colar que pisca e um vestido que consegue se desdobrar e mudar de cor. Ao fundo à uma canção doce. Ao final da propaganda aparece a Barbie e sua amiga andando sozinhas em um tipo de carruagem.
         A mãe de Mariana, Carla Cordeiro, diz que sua filha já não saia da frente da televisão por causa dos desenhos, e que agora, não sai nem mesmo nas propagandas, por causa das dezenas de brinquedos que estão em lançamento, deixando-a fascinada.
        “Cada dia ela pede algo diferente. Ontem foi um cachorro que falava, hoje é essa boneca, amanhã deve ser algo como um robô que me substitua como mãe.” Brinca Carla.
         A psicóloga Marta Vasconcellos explica que para as crianças tudo o que acontece nas propagandas é muito real. Então se um brinquedo consegue dançar, lutar, falar, pular sozinho na TV, para elas, esses mesmos brinquedos irão conseguir fazer essas coisas em casa.
         “Não é fácil para uma criança como a Isabela, por exemplo, que tem somente quatro anos de idade, diferenciar recursos técnicos projetados por computadores de uma realidade, onde na verdade o brinquedo é apenas um plástico duro que apenas irá fazer aquilo que você fazer com ele.” Explica Marta.
          Não são apenas os pais de Mariana que passam por isso. Na casa da costureira Fabiana de Oliveira a mesma situação acontece.
         Felipe tem 6 anos de idade, e à cada hora ele pede algo diferente para a mãe. “Tudo o que ele vê na Televisão, ele me pede. Sabe que eu não vou comprar, mas mesmo assim pede. É tal de ‘mãe me dá isso, mãe me dá aquilo’ que eu já nem agüento mais.” desabafa Fernanda.
         Para ela ter de dizer não ao filho traz tristeza, mas ela sabe que muitas vezes Felipe só pede mesmo por pedir, e que não tem um interesse de verdade naquilo.
          “Eu sei que é assim, porque uma vez comprei pra ele um boneco que aparecia na televisão lutando e escalando em pedras. Ele chorava pelo brinquedo, cansada de ouvir as lamentações dele, fui na loja e comprei. Passou dois dias. No terceiro dia o brinquedo já estava de lado quebrado enquanto ele estava brincando com um graveto de arvore. Perguntei pra ele o que havia acontecido e ele me disse que foi fazer como o menino da propaganda e acabou quebrando o brinquedo e que não o queria mais, pois ele era muito duro e sem graça. Fiquei muito brava aquele dia, mas aprendi a lição.”
          Ao chegar da escola, Felipe faz o seguinte trajeto: Diz “oi”, joga a bolsa e os sapatos no quarto, liga a televisão e diz à mãe que está com fome. A mãe o manda para o banho e Felipe responde: “Mãe, vai começar meu programa agora. Vou comer, assistir meu programa e depois eu vou pro banho.”
          Enquanto estava no intervalo, passou uma propaganda da qual chamou a atenção de Felipe. Tratava-se de um brinquedo do personagem ‘Ben10’. Um relógio que fazia formatos de monstros com uma luz verde. Foi então que Felipe começou: “Mãe, me dá esse? Prometo que não vou estragar! Imagina eu chegando e mostrando isso para os meus amigos? Compra mãe?”
          Foi perguntado para Felipe o que aquele brinquedo tinha de especial, e ele disse que, o brinquedo parecia mágico com aquelas luzes em formato de monstros.
          Não havia passado um minuto direito e a propaganda que deixara Felipe tão encantado voltou à aparecer. Nesse momento toda sua euforia e os pedidos de ‘Compra mãe’ retornaram.
          A psicóloga Marta explica que esse tipo de reação é a esperada quando se é colocada na mídia várias vezes a mesma propaganda com tão pouco intervalo de tempo. “Isso deixa, tanto a criança, quanto a mãe, em estado de loucura. A criança porque, fica ainda mais encantada com o brinquedo o querendo e o pedindo de toda maneira. E a mãe porque já não agüenta mais ter que ouvir os pedidos absurdos do filho e ter que responder não.”
          É nesse clima de ‘compra mãe’ que seguimos até o Natal. Provavelmente a criança irá ganhar outro brinquedo e esquecer aquele por qual tanto chorava ou terá a ‘sorte’ de ter aquilo que pediu por tantos e tantos dias.
          O importante é não perder o clima natalino, saber o do porque comemoramos essa data e o que importa de fato. Até mesmo porque, depois do Natal, os pedidos de ‘compra mãe’ recomeçam no ano novo e se estendem no Carnaval, na Páscoa, no aniversário e em tantas outras datas singelas que acabam ganhando uma ‘pitadinha’ da mídia para o chamado consumismo.



Postado por: Fernanda Pedrone

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O descobrimento dos Escritores maringaenses


Poucos sabem, mas eles existem, Maringá possui bons escritores que se dedicam a essa carreira, e apesar de ser difícil eles se empenham cada vez mais.

Por: Maira Marques


     Hoje em dia encontramos vários livros de sucesso, como a Saga Crepúsculo, Harry Potter, O Caçador de Pipas, etc. que posteriormente tornaram-se em filmes, que estão espalhados pelo mundo. Mas, o que poucos sabem é que há escritores na cidade onde moram, só que esses não são tão reconhecidos quanto os outros.
     Na cidade de Maringá não é diferente. André Simões, 25, trabalha como repórter de O Diário Maringá, e é formado em jornalismo pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) desde o ano de 2006. Em 2009 concluiu o curso de Mestrado em Estudos Literários também pela UEL e neste ano lançou o livro "A arte de tomar um café" .
     "Moro em Maringá há poucos meses, não sei se posso ser considerado um escritor maringaense" brinca André, e continua "
Desde novo, eu decidi que faria vestibular pra jornalismo, principalmente por causa da leitura de crônistas e articulistas de que gosto muito, a maior parte deles da Folha de S. Paulo: Carlos Heitor Cony, Clóvis Rossi, Marcelo Coelho, etc. Eu gostava muito de literatura também, mas o curso de Letras tem aquela imagem quadradona, achei que jornalismo seria mais charmoso".
     Em seu trabalho de Conclusão de Curso (TCC) fez um trabalho sobre crônicas - um gênero misto de literatura e jornalismo, e depois encaminhou seu mestrado também.
     O livro "A arte de tomar um café" foi lançado com o patrocínio da Prefeitura de Londrina, a obra é uma coletânea de textos que ele escreveu em seu blog entre os anos de 2006 a 2009. "Alguns de meus professores me incentivaram bastante - Osmani Costa, Karen Debértolis - além do jornalista Paulo Briguet e de amigos que sempre me apoiaram" diz André. Ele também fala que lançar o livro em Maringá foi fácil, que bastou contar com o apoio da livraria do Maringá Park e do Diário, "O difícil foi editar o livro, arranjar grana e editora interessada ".

     E André completa que "em Maringá não tem uma tradição de produção literária forte, mas há um novo movimento bacana aqui, gente que está reunida e producente, acho isso importante. Aquela iniciativa dos "Contos Maringaenses" foi bem legal, cria um fato coletivo, mais fácil de divulgar na imprensa e de atrair interessados em consumir literatura. Reconhecer escritores é algo raro em qualquer lugar do Brasil, quanto menor a cidade mais difícil. Simples assim!"
     Thiago Henrique Ramari, 24, assim como André simões é repórter, e já trabalhou no O Diário, nos cadernos Cidades e D+, e em abril deste ano começou a trabalhar no Grupo Rede Paranaense de Comunicação (GRPCOM) como repórter da Gazeta Maringá, que antigamente era Jornal de Maringá (JM) e da Gazeta do Povo.
     "Não tive incentivo quando comecei a escrever. No começo foi tudo muito difícil. Minha família queria que eu fizesse o curso de Engenharia Química. No entanto, teimoso que sou, insisti no Jornalismo, que era o meu sonho. Com o tempo, meus pais se acostumaram com a ideia, pois perceberam que o campo de trabalho não é tão inacessível como pareceu em um primeiro momento. A mudança foi tamanha que, em 2006, no meu penúltimo ano da graduação, eles me deram todo o apoio durante a produção do meu TCC, que foi um livro-reportagem sobre o Caso Barão, de Maringá. No curso, ao contrário, os professores me deram suporte completo desde o início", explica Thiago.
     Thiago Ramari concluiu seu livro-reportagem no final de 2007, o título é "O Arquiteto - Revelações sobre os assassinatos dos irmãos Barão". Thiago completa "Embora nunca tenha sido lançado, o trabalho me garantiu um prêmio estadual importante: o 2º lugar da categoria Melhor Livro-reportagem na 13ª edição do Prêmio Sangue Novo, em Curitiba. O livro conta como os irmãos José Barão Netto e Odete Barão Duarte foram mortos a mando do marido desta última, Ayrton Xenofonte Duarte. A história chocou a sociedade maringaense nos anos 1980. Ainda pretendo lançá-lo", diz Thiago.
     Thiago Ramari "Não acho que a população maringaense dê valor aos escritores da cidade, mas gosta, e muito, das histórias da cidade. Senti isso com o meu TCC. Ainda hoje, após três anos que passei pela banca de defesa da graduação, pessoas me reconhecem e perguntam quando vou lançar o livro. No fim de 2007 era algo que acontecia muito frequentemente, porque fui entrevistado em emissoras de televisão e rádio, além de jornais impressos". E ele explica "o motivo de tanto alvoroço não era eu, o recém-formado Thiago Ramari, mas, sim, o Caso Barão, que vive no inconsciente popular. Todo mundo relembrou a história com o meu trabalho. Foi algo bonito de se ver".
     Thiago Ramari fala que futuramente quer investir na área dos livros-reportagens, "Inclusive, tenho algumas ideias, alguns casos que gostaria de investigar, para transformar em livros". Thiago termina explicando que esses projetos demandam tempo e muitadedicação, e que devem ser pensados a longo prazo. " Em relação à temática, o meu maior interesse é a esfera policial – na qual o Caso Barão se encaixa. E, para tanto, tomo como maior referencial a obra "A Sangue Frio", do norte-americano Truman Capote".
     Roberth Frabris, 25, Membro da Cadeira Alvares de Azevedo Maringá (ALM), é autor dos livros "Xeque Mate", e "Noites". Os escritores maringaenses são ótimos, pois valorizam a Cidade Canção. Roberth explica "existem muitos amigos que valorizam as letras, mas infelizmente Maringá ainda não reconhece o verdadeiro valor dos seus e não percebe que existe uma coletânea de ouro espalhado por toda a cidade, e cada poeta, contista ou cronista está ali perto para o povo sentir e descobrir os olhos vibrantes e inteligentes de quem respira arte e transforma o seu tempo e espaço".
     Poucos sabem, mas o escritor do livro 1808, Laurentino Gomes nasceu em Maringá em 1956. Ele é um jornalista e escritor brasileiro. Formou-se em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná, possui pós-graduação em Administração de Empresas pela Universidade de São Paulo e fez cursos no exterior. Ele também já trabalhou em vários órgãos de comunicação no Brasil.
     O livro narra a chegada da corte portuguesa ao Brasil. No ano de 2008, a obra recebeu o prêmio de melhor livro de ensaio da Academia Brasileira de Letras e o Prêmio Jabuti de Literatura na categoria de livro-reportagem e de livro não-ficção.
     E neste ano ele lançou em Santos, sua nova obra, 1822.
     Para quem gosta de ler, e se interessou pelas obras dos escritores maringaenses, e não tiverem condições financeiras de comprar, esses podem ser encontrados em Biblíotecas Municipais, onde para fazer o empréstimo é preciso apenas fazer uma carterinha e assim usufruir uma boa leitura por um período de sete a dez dias, depois é só devolver.

Chapeuzinho Vermelho e o Tucano malvado

     Era uma vez uma jovem que gostava de ajudar a todos e por ela usar sempre uma capa vermelha que havia uma toca com formato de estrela, as pessoas gostavam de chamá-la de Chapeuzinho Vermelho. Um certo dia Chapeuzinho decidiu levar doces e guloseimas para seu vovô, Luis Inácio, que era Rei da cidade Brasil, poiss ele iria viajar com Marisa, sua esposa, após a aposentadoria que estava por vir em alguns dias.
Porém, no caminho Chapeuzinho Vermelho decidiu cortar caminho pela floresta. E quando caminhava pela floresta, observou um tucano parado em uma árvore a observando como se quisesse atacá-la. Chapeuzinho ficou assustada, e começou a andar mais rápido, e o Tucano começou a seuí-la. Foi quando ela virou para ele e perguntou:
     - Meu querido Tucano, por que estas a me seguir?
O Tucano bravo respondeu sem pensar:
     - Não confio em você. E eu sei sobre o seu passado.
     Chapeuzinho Vermelho tirou sua toca e fixou o olhar no Tucano e respondeu com toda sua raiva:
     - Você não sabe nada sobre mim seu animal estúpido. Volte pro lugar de onde você veio.
     O Tucano, muito estressado começou a falar tudo que ele achava que Chapeuzinho Vermelho merecia ouvir.
     - Você se faz de vítima sua Bruxa, você acha que eu não seu sobre seus planos, de esperar seu avô se aposentar para poder usufluir do lugar dele, e poder mandar em tudo que quiser. Sua tolinha! Todos saberão sobre o seu passado, assim como eu.
     Chapeuzinho, não gostava de falar sobre seu passado com ninguém e para ninguém. Pois ela era muito boa com quem precisava de ajuda, e estava a seu favor, mas já teve um passado muito obscuro, maltratou e matou pessoas. E isso faz com que ela se arrependa plenamente das atitudes tomada por ela na época. Mas ela queria mudar e então cacarejou para o Tucano.
     - Você Tucano, está com inveja de que eu tenho alguém que está me apoiando, meu querido avô, e você jamais terá o poder e o brilho de uma estrela assim como eu. Você está se fazendo de santinho, mas coisa ruim já deve ter feito!
     - Estrela? Tá se achando né. Teu passado te condena sua Bruxa, sua máscara ainda vai cair! Você terá um concorrente a altura. EU.
Impressionada com a reação do Tucano, Chapeuzinho Vermelho pegou um bolinho de sua cesta e arremessou na cabeça do Tucano, e todos os animais em volta deles zombaram muito da cena que acabaram de ver. Porém Chapeuzinho Vermelho não se deu conta de que havia machucado o Tucano.
     E no dia 31 de outubro saiu a notícia de que Luis Inácio estava se aposentando e iria deixar seu reino para sua neta Chapeuzinho vermelho. E o Tucano por sua vez resmungou como sempre: - Tá certo mesmo, no Halloween elegerem uma Bruxa! Não foi dessa vez que consegui, porém tenho quatro anos para poder me aperfeiçoar e tentar novamente.
     E como todo conto de fada, o bem sempre vence, mas nesse caso será que realmente foi a escolha certa? É, isso só o tempo para dizer. E Chapeuzinho Vermelho viveu feliz para sempre ou por mais quatro anos.


Por: Maira Marques

O estresse entre vestibulandos

A grande quantidade de horas destinadas aos estudos, entre outros motivos, levam estudantes a grande níveis de estresse

      A escolha de uma profissão juntamente com a entrada em uma universidade são momentos decisivos na vida de todo jovem. Escolher uma carreira entre tantas possibilidades não é fácil. O vestibular, que é um importante passo, aliado a jornada que precede os exames pode ser mais que cansativo. Muitas horas de estudos e a obrigatoriedade de sucesso, imposta pela família e também pelos próprios estudantes, podem causar o estresse pré-vestibular.
       A concorrência nos vestibulares cresce a cada ano enquanto que a oferta de vagas, principalmente na rede pública, avança em ritmo menor. Foi o que constatou o último Censo da Educação Superior do Brasil realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). Em 1999, foram 1.786.827 milhões de estudantes disputando 2.670.736 milhões de vagas em faculdades e universidades por todo o País - 306.019 mil de instituições públicas e 2.364.717 milhões em privadas. No mesmo ano, no Estado do Paraná, foram mais 193 mil candidatos concorrendo a pouco mais de 26 mil vagas em instituições públicas de ensino superior. Somente a Universidade Estadual de Maringá (UEM) teve mais de 18 mil inscritos no vestibular de verão 2011.
       O Departamento e Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), fez um levantamento com 1.046 vestibulandos e verificou que 56,3% apresentaram sintomas de ansiedade, considerado os níveis de intensidade leve, moderado e grave. Ainda de acordo com o estudo o nervosismo, medo de que aconteça o pior, incapacidade de relaxar, sensação de calor e indigestão são os sintomas mais frequentes entre os jovens. A maior queixa entre eles é a forte cobrança por partes dos familiares, na maioria da vezes feita pelos próprios pais, situação que segundo os especialistas causa ainda mais ansiedade atrapalhando o bom desempenho dos alunos.
       De acordo com o psicólogo Paulo O. Dias os vestibulandos enfrentam um período de alto índice de estresse, pois geralmente, dedicam no ano dos exames mais horas aos estudos e deixam de sair com amigos e a prática de atividades físicas. "É importante manter o corpo relaxado, ter uma mente tranquila e equilibrada são essenciais para um bom desempenho na hora das provas. O excesso de estresse atrapalha na memorização de conteúdos", diz.
      Para conseguirem conquistar uma vaga muitos estudantes investem pesado nso estudos, principalmente aqueles que vão prestar cursos onde a concorrência é muito grande, como Patricia S. Zuim, 17, que ira prestar Medicina no próximo vestibular da UEM. Ela relata que frequenta as aulas do ensino médio durante o dia e a noite as do cursinho pré-vestibular. "Vou as aulas todos os dias, dificilmente falto pois um dia que não vou à aula significa matéria perdida", afirma. A estudante ainda conta que seus irmãos mais novos reclamam que ela anda muito estressada e acredita ser devido a grande carga horária de aulas, porém apesar de estar muita cansada, encontra tempo para sair e procura se divertir nos finais de samana, principalmente aos domingos único dia da folga aos estudos.
      Patricia se enquadra em uma pesquisa realizada com 150 alunos de cursos pré-vestibulares pelo Departamento de Psicologia da Pontificia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) que apontou  que estudantes do sexo feminino apresentam maiores níveis de estresse que estudantes do sexo oposto. A pesquisa aponta também maior estresse entre os vestibulares para o curso de Medicina.
        Natália Martinelli, que tenta uma vaga em Enfermagem na UEM, diz que com a chegada das provas além da grande vontade que tem comer chocolates, fica extremamente irritada: "No último vestibular cheguei a terminar com meu namorado por bobagem, eu estava nersova por causa das provas e acabei descontando nele" e continua " ainda bem que ele me entendeu e depois voltamos com o namoro", brinca. Marcos G. Sanches, 18, que pretende prestar seu segundo vestibular para Educação Física, fala que ao contrário da Natália, ao ficar ansioso com a chegada das provas não consegue se alimentar bem e acaba passando os dias das provas sem comer quase nada. "Sinto muita náuse, já cheguei a vomitar várias vezes quando tentava comer alguma coisa.", além disso o estudante afirma que chega a perder peso durante as provas: "É comum eu emagrecer alguns quilos por causa do vestibular, minha mãe fica muita preocupada com isso", explica.
       Problemas como o de Marcos são comuns afirma o gastroenterologista João Eisign e pode ocorrer dos vestibulandos além de náuseas terem dores de estômago e diarréia. " A tensão e estresse faz aumentar a sensibilidade de vários órgãos como o do estômago fazendo com que o organismo reaja de variadas formas", explica.
       O professor de cursinho, há vários anos, Osmar Perosso, 47, diz que consegue percerber que grande parte de seus alunos encontram-se estressados, ainda mais agora com o final do ano e a chegada dos vestibulares em várias instituições. Ele fala que a melhor forma de evitar os problemas causados pela provas é manter um ritmo de estudo adequado ao seu perfil: "Não adianta querer estudar mais do que esta acostumado, o excesso de horas na frente dos livros pode acabar sendo inútil". Outra dica do professor é sobre a importância de uma boa noite de sono, pois cansado nenhum estudante consegue se concentrar. "Também acho fundamental as horas para relaxar, sair com os amigos, ver um filme, praticar esportes são ótimas formas de aliviar um pouco da tesão principalmente nos dias que antecedem as provas", afirma.

Por Fábio Carlucci de Oliveira







quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

O Ensino Médio em pauta

Os desafios de manter os alunos dentro da sala de aula

Por Daiany Santana


Para conter a evasão dentro do Ensino Médio, garantir a permanência dos alunos e tornar a grade curricular mais atrativa, de forma que a aprendizagem faça sentido, o Ministério da Educação (MEC) apresentou um projeto chamado “Ensino Médio Inovador” para o Conselho Nacional de Educação (CNE) em maio de 2009.
Uma das propostas desse projeto é fazer com que os alunos tenham no mínimo 20% de disciplinas optativas dentro do currículo. Como a responsabilidade do Ensino Médio é das redes estaduais de ensino, o MEC só pode agir como incentivador desta mudança. Dessa maneira cada rede irá definir e adaptar, conforme sua necessidade e realidade, o conteúdo a ser aplicado.
O MEC ainda propõe mudar a carga horária dentro das escolas de 2,4 mil para 3 mil horas/ano e dividir as disciplinas, que tradicionalmente eram 12, para eixos mais amplos assim como no Parâmetro Curricular Nacional (PCN) onde as matérias são divididas em três, Linguagens, códigos e suas tecnologias; Ciências da Natureza, Matemática e suas tecnologias e Ciências Humanas e suas tecnologias, como acontece no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM).
300 mil estudantes pelo Brasil afora estão participando do teste sobre esse “Ensino Médio Inovador”. Como em universidades as escolas abrem espaço para disciplinas optativas e projetos de pesquisa. No Rio Grande do Norte 7.530 estudantes escolhem entre 10 mini-cursos de 20 a 60 horas semestrais.
Garantir a permanência na escola é um dos principais objetivos do Brasil até porque, hoje o País tem a maior taxa de evasão escolar do MERCOSUL (bloco econômico formado pelos países sul-americanos: Argentina; Chile; Paraguai; Uruguai e Venezuela). Segundo a Síntese de Indicadores Sociais (SIS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 10% dos brasileiros abandonam o Ensino Médio, ou seja, um em cada dez alunos. O dado anterior era pior, 13,2%. Para se ter uma idéia a taxa de evasão escolar mais alta entre esses países depois do Brasil é o da Argentina com 7%. A taxa mais baixa, por sua vez, é o da Venezuela com 1%.
Mesmo com a melhora o Ensino Médio ainda é considerado o gargalo da Educação Brasileira. Em 2009 apenas 40,9% dos jovens economicamente ativos com idade entre 18 e 24 anos completou 11 anos de estudo, informou o IBGE.
No Bloco do MERCOSUL, por exemplo, a taxa de aprovação brasileira é de 77% enquanto o melhor percentual é da Venezuela com 91,9%. Entre as causas que levam a evasão escolar repetência é uma das principais delas. Outra causa é o desinteresse pelo estudo. Uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) comprovou que 40% dos jovens entre 15 e 17 anos deixam a escola porque a considera desinteressante.
O pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Sergei Suarez Dillon Soares mostrou ainda que a repetência, além de trazer consequências como a evasão, também prejudica o rendimento escolar devido ao desgaste emocional, sem contar que o custo financeiro educacional aumenta cerca de 50%, pelo menos.
A Lei de Diretrizes e Bases (LDB) da educação nacional explica que o Ensino Médio tem a finalidade, além de outros pontos, de assegurar ao aluno a formação ética, o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico (Art. 35, seção IV, inciso III).
A reforma curricular veio para sanar problemas na educação, alguns dos quais apresentados aqui, e organizar o Ensino Médio de forma que o objetivo imposto pela LDB seja alcançado. Aprender a conhecer, a fazer, a viver e a ser são as quatro premissas estruturais da educação “apontadas pela (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) UNESCO como eixos estruturais da educação na sociedade contemporânea”, conforme é apresentado no PCN.
Ainda segundo o PCN incorporar as quatro premissas significa torna possível a máxima educacional tornando o ser humano capaz de realizar as atividades nos três domínios da ação humana: a vida em sociedade, a atividade produtiva e a experiência subjetiva.
Levando em conta todos esses aspectos a volta da obrigatoriedade das disciplinas de Filosofia e Sociologia no Ensino Médio significam um grande começo para a mudança no ensino porque, com o ensino dessas duas disciplinas, educação, cidadania e política voltam a caminhar juntas.
Entretanto quem sai ganhando nessa história não é só o ensino ou os alunos do Ensino Médio, mas também os alunos que estão se formando nessas áreas ou os que já se formaram. Para eles a volta da obrigatoriedade das disciplinas abre mais espaço para a docência, isso porque a demanda de aulas irá aumentar significativamente e agora as instituições e o governo terão que abrir mais vagas para distribuição dessas aulas.
O graduando de Filosofia, Donizeti Pugin, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), campus de Maringá, considera que além de a obrigatoriedade ser uma oportunidade para seu futuro profissional a disciplina poderá abrir uma possibilidade de “confrontação com a realidade, produzindo um pensamento reflexivo” nos alunos do Ensino Médio.
Aos olhos do professor de Sociologia, Josimar Priori, a importância da disciplina que leciona, assim como a de Filosofia, não se restringe apenas ao âmbito educacional. Para o Professor a reinserção delas “representa um grande avanço para a formação de sujeitos críticos e atuantes na construção de relações sociais democratizadas”. Além do mais o ensino de Sociologia “é capaz de oferecer referencias e códigos de ética capazes de formar outra ética social”.
O professor garante que “ainda que os efeitos da formação sociológica não sejam notados imediatamente, ao longo da vida ele será sentido pelos jovens”.
São pequenas mudanças que fazem com que haja progresso. Claro que para mudanças como essas acontecerem requer trabalho, esforço e, principalmente, verba. Para isso o Estado do Paraná conta com o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) que estima disponibilizar mais de 42 milhões para a Educação só na cidade de Maringá no ano de 2010.