De estudante para estudante

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O descobrimento dos Escritores maringaenses


Poucos sabem, mas eles existem, Maringá possui bons escritores que se dedicam a essa carreira, e apesar de ser difícil eles se empenham cada vez mais.

Por: Maira Marques


     Hoje em dia encontramos vários livros de sucesso, como a Saga Crepúsculo, Harry Potter, O Caçador de Pipas, etc. que posteriormente tornaram-se em filmes, que estão espalhados pelo mundo. Mas, o que poucos sabem é que há escritores na cidade onde moram, só que esses não são tão reconhecidos quanto os outros.
     Na cidade de Maringá não é diferente. André Simões, 25, trabalha como repórter de O Diário Maringá, e é formado em jornalismo pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) desde o ano de 2006. Em 2009 concluiu o curso de Mestrado em Estudos Literários também pela UEL e neste ano lançou o livro "A arte de tomar um café" .
     "Moro em Maringá há poucos meses, não sei se posso ser considerado um escritor maringaense" brinca André, e continua "
Desde novo, eu decidi que faria vestibular pra jornalismo, principalmente por causa da leitura de crônistas e articulistas de que gosto muito, a maior parte deles da Folha de S. Paulo: Carlos Heitor Cony, Clóvis Rossi, Marcelo Coelho, etc. Eu gostava muito de literatura também, mas o curso de Letras tem aquela imagem quadradona, achei que jornalismo seria mais charmoso".
     Em seu trabalho de Conclusão de Curso (TCC) fez um trabalho sobre crônicas - um gênero misto de literatura e jornalismo, e depois encaminhou seu mestrado também.
     O livro "A arte de tomar um café" foi lançado com o patrocínio da Prefeitura de Londrina, a obra é uma coletânea de textos que ele escreveu em seu blog entre os anos de 2006 a 2009. "Alguns de meus professores me incentivaram bastante - Osmani Costa, Karen Debértolis - além do jornalista Paulo Briguet e de amigos que sempre me apoiaram" diz André. Ele também fala que lançar o livro em Maringá foi fácil, que bastou contar com o apoio da livraria do Maringá Park e do Diário, "O difícil foi editar o livro, arranjar grana e editora interessada ".

     E André completa que "em Maringá não tem uma tradição de produção literária forte, mas há um novo movimento bacana aqui, gente que está reunida e producente, acho isso importante. Aquela iniciativa dos "Contos Maringaenses" foi bem legal, cria um fato coletivo, mais fácil de divulgar na imprensa e de atrair interessados em consumir literatura. Reconhecer escritores é algo raro em qualquer lugar do Brasil, quanto menor a cidade mais difícil. Simples assim!"
     Thiago Henrique Ramari, 24, assim como André simões é repórter, e já trabalhou no O Diário, nos cadernos Cidades e D+, e em abril deste ano começou a trabalhar no Grupo Rede Paranaense de Comunicação (GRPCOM) como repórter da Gazeta Maringá, que antigamente era Jornal de Maringá (JM) e da Gazeta do Povo.
     "Não tive incentivo quando comecei a escrever. No começo foi tudo muito difícil. Minha família queria que eu fizesse o curso de Engenharia Química. No entanto, teimoso que sou, insisti no Jornalismo, que era o meu sonho. Com o tempo, meus pais se acostumaram com a ideia, pois perceberam que o campo de trabalho não é tão inacessível como pareceu em um primeiro momento. A mudança foi tamanha que, em 2006, no meu penúltimo ano da graduação, eles me deram todo o apoio durante a produção do meu TCC, que foi um livro-reportagem sobre o Caso Barão, de Maringá. No curso, ao contrário, os professores me deram suporte completo desde o início", explica Thiago.
     Thiago Ramari concluiu seu livro-reportagem no final de 2007, o título é "O Arquiteto - Revelações sobre os assassinatos dos irmãos Barão". Thiago completa "Embora nunca tenha sido lançado, o trabalho me garantiu um prêmio estadual importante: o 2º lugar da categoria Melhor Livro-reportagem na 13ª edição do Prêmio Sangue Novo, em Curitiba. O livro conta como os irmãos José Barão Netto e Odete Barão Duarte foram mortos a mando do marido desta última, Ayrton Xenofonte Duarte. A história chocou a sociedade maringaense nos anos 1980. Ainda pretendo lançá-lo", diz Thiago.
     Thiago Ramari "Não acho que a população maringaense dê valor aos escritores da cidade, mas gosta, e muito, das histórias da cidade. Senti isso com o meu TCC. Ainda hoje, após três anos que passei pela banca de defesa da graduação, pessoas me reconhecem e perguntam quando vou lançar o livro. No fim de 2007 era algo que acontecia muito frequentemente, porque fui entrevistado em emissoras de televisão e rádio, além de jornais impressos". E ele explica "o motivo de tanto alvoroço não era eu, o recém-formado Thiago Ramari, mas, sim, o Caso Barão, que vive no inconsciente popular. Todo mundo relembrou a história com o meu trabalho. Foi algo bonito de se ver".
     Thiago Ramari fala que futuramente quer investir na área dos livros-reportagens, "Inclusive, tenho algumas ideias, alguns casos que gostaria de investigar, para transformar em livros". Thiago termina explicando que esses projetos demandam tempo e muitadedicação, e que devem ser pensados a longo prazo. " Em relação à temática, o meu maior interesse é a esfera policial – na qual o Caso Barão se encaixa. E, para tanto, tomo como maior referencial a obra "A Sangue Frio", do norte-americano Truman Capote".
     Roberth Frabris, 25, Membro da Cadeira Alvares de Azevedo Maringá (ALM), é autor dos livros "Xeque Mate", e "Noites". Os escritores maringaenses são ótimos, pois valorizam a Cidade Canção. Roberth explica "existem muitos amigos que valorizam as letras, mas infelizmente Maringá ainda não reconhece o verdadeiro valor dos seus e não percebe que existe uma coletânea de ouro espalhado por toda a cidade, e cada poeta, contista ou cronista está ali perto para o povo sentir e descobrir os olhos vibrantes e inteligentes de quem respira arte e transforma o seu tempo e espaço".
     Poucos sabem, mas o escritor do livro 1808, Laurentino Gomes nasceu em Maringá em 1956. Ele é um jornalista e escritor brasileiro. Formou-se em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná, possui pós-graduação em Administração de Empresas pela Universidade de São Paulo e fez cursos no exterior. Ele também já trabalhou em vários órgãos de comunicação no Brasil.
     O livro narra a chegada da corte portuguesa ao Brasil. No ano de 2008, a obra recebeu o prêmio de melhor livro de ensaio da Academia Brasileira de Letras e o Prêmio Jabuti de Literatura na categoria de livro-reportagem e de livro não-ficção.
     E neste ano ele lançou em Santos, sua nova obra, 1822.
     Para quem gosta de ler, e se interessou pelas obras dos escritores maringaenses, e não tiverem condições financeiras de comprar, esses podem ser encontrados em Biblíotecas Municipais, onde para fazer o empréstimo é preciso apenas fazer uma carterinha e assim usufruir uma boa leitura por um período de sete a dez dias, depois é só devolver.

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